Natal...
Pois é, mais um ano que se esgota e consequentemente mais um Natal que se passa...E é nesta altura em que toda a gente sente a necessidade de dar, que eu me questiono porque é que esta necessidade não dura o ano inteiro?
Já estive a fazer alguma pesquisa sobre o assunto e cheguei à conclusão que para este sentimento durar o ano inteiro seria necessário que todas as ruas estivessem iluminadas com motivos natalicios o ano inteiro, os centros comerciais deveriam estar cheios de decorações alusivas ao Natal sem esquecer a inevitável árvore de Natal de tamanho industrial. Como é óbvio o Pai Natal era uma obrigação, mas devido ao calor que assola o nosso país nos meses de Verão, o Pai Natal teria direito a dois fatos. O de Inverno e o de Verão... Tou a imaginar algo como, uns calções vermelhos tipo nadador salvador, um boné em vez do capuz, e a barba um cadito mais curta.
Outra coisa que reparei no Natal deste ano é que as prendas se tornam cada vez mais customizadas. Ou seja, a variedade de prendas tem decrescido. Toda a gente dá, perfumes, livros ou chocolates. As tipicas cuecas e meias que assombraram os pensamentos de tanta gente durante anos e anos, cada vez aparecem menos.
O que é algo de muito triste, pois esta altura era por excelência a altura em que se fazia uma revisão à gaveta das cuecas/meias e nos livravamos daquelas meias furadas no dedo grande, ou daquelas cuecas com a costura mesmo no sitio dos qui..., hmmm, ahhh, tomates. :P
Depois ainda durante a noite de Natal, mais concretamente na abertura de prendas, aparece outra coisa que me deixa fulo. Que são aquelas pessoas que abrem os embrulhos pela fita cola por forma a poderem guardar o papel de embrulho para anos vindouros. Meus amigos, será que não percebem que isso é careta? É que a brincar a brincar passa ali um gajo 10 minutos a olhar para outro a desembrulhar um pacote de cuecas! E.. quer-se dizer... há prendas a abrir e rabanadas a comer... :P
O dia seguinte, ou seja, o Natal propriamente dito também tem as suas vantagens e factos curiosos...
A primeira vantagem, é que na manhã de Natal ainda estamos tão enfartados de rabanadas que não precisamos de tomar pequeno-almoço.
A outra é que podemos ir passear a 100 km/h por aquela avenida, rua ou autoestrada que está sempre como feijão em lata durante a semana (P.S.: Andar a 100 km/h numa autoestrada é roto, 100km/h aplica-se a ruas e avenidas!).
Outra coisa que reparei este ano, é a hierarquia de bens necessários. E fiquei espantado. Diria mesmo boquiaberto ao ponto de dizer: "Puuuttttaaaaaaa queeeeeee parrriuuuuuuu"
Segundo a pesquisa feita hoje de manhãzinha, os combustíveis estão no topo pois todas as bombas de gasolina estavam abertas. No segundo lugar aparecem as papelarias/quiosques de jornais, apareceram dois fechados, mas de resto estava tudo aberto e operacional!
Tristemente, em ultimo lugar aparecem as padarias... Pois nenhuma padaria abre no dia de Natal, o que me faz concluir que: "O alimento do carro e da alma (gasolina e jornais) são mais importantes que o alimento do corpo!". Decidi dar uma abébia e deixar de fora os fumadores desta pesquisa....
( Pesquisa realizada na cidade do Porto entre as 9:30 e 11:30 do dia 25 de Dezembro. )
Mais uma coisa com que me deparei neste Natal foi a existência duma classe de condutores extremamente rara e espero eu para bem da humanidade em perigo de extinção, que são os Nataleiros. Ou seja, os condutores que só andam de carro no dia de Natal, pois é o unico dia em que podem transitar nas velocidades a que conseguem conduzir ( tipicamente 30 km/h ). E lá andam eles a passear pelas principais avenidas e ruas da cidade onde, só por acaso, não é possivel ultrapassar... E fica toda a gente ali em ritmo de procissão atrás dum carro limpérrimo (pois passa o ano na garagem) e com um distinto cheiro a mofo!!
Onde andará a brigada de trânsito nessa altura??? :
E foi assim mais um Natal, esperemos que o Pai Natal não tenha sido parado por nenhuma brigada da GNR, senão com o estado da justiça em Portugal não o veremos por uns anitos.