sábado, dezembro 26, 2009

Egypt Chronicles (ou a falta de educação egipcia e o segundo momento de tensão das férias...)

Olá, olá.

Como prometido, cá está o post sobre a educação, ou falta da mesma, no Egipto.
Como viram, os comerciantes eram todos uns aldrabões, os taxistas igual (mesmo os que têm taximetro a correr) e as pessoas em geral nem se fala.
Começo por referir o facto que nenhum egipcio se dirige a mulheres. Ou seja, falar para uma mulher deve ser um crime qualquer que em toda e qualquer ocasião eles viravam-se sempre para mim e ignoravam liminarmente a Jill. :S

Depois falemos da tipica questão do Where are you from? que foi trocada por um olá. Ou seja, no Egipto ninguém cumprimenta um turista normalmente... apenas perguntam de onde somos e esperam que sejamos todos simpáticos.
Depois, os que prefiro são os que são muito simpáticos na rua... até que nos levam a uma loja do tio. E até dizem que a loja não é do tio (apesar de terem abraçado efusivamente o dono) mas sim do Governo e onde fazem o verdadeiro papiro. :| Haja pachorra.

Não nos esqueçamos também e principalmente, sobre fazer "ouvidos moucos" (orelhas surdas) ao que dizemos. Eu aprendi de propósito a dizer "La, Shukrán" (não, obrigado) para conseguir comunicar efectivamente com eles e tentar cortar o assédio ao minimo.
Não importa... mesmo dizendo que não queremos o que quer que eles estejam a oferecer, somos repetidamente bombardeados pela ladaínha dos cromos.
Ora no dia em que andávamos atrás das pashminas... houve um paspalho (com prai 1m60) que por 6 vezes e durante uma rua inteira me obrigou a dizer "La, shukrán" até ter desistido. E passada cerca de hora e meia, ainda de cabeça quente por causa do "insulto" a que me prestei ao tentar comprar uma pashmina, o paspalho tentou o mesmo truque comigo.

Eu disse uma vez "La, shukrán"... e da segunda vez, parei, virei-me para ele, fiz a minha cara de mafioso russo duro como granito que come pregos de aço ao pequeno almoço e numa pose nitidamente intimidante (eu tenho à vontade mais 20 cm que o gajo e chateado cresço uns adicionais 5cm) olhei-lhe nos olhos e berrei a plenos pulmões "LA, SHUKRÁN!!!!!".

Sim, eu perdi a calma! E quem me conhece, sabe que isso não é fácil de acontecer. Quem se divertiu imenso com isto foi a Jill. :| Não sei porquê. LOL

Ahh, e não nos esqueçamos que a falta de respeito Egipcia não é só para com os turistas... eles também roubam o negócio uns aos outros sem a mais pequena dor de alma. Simplesmente... faltam-me as palavras.

Posso também dizer que se segundo o Lui, os Brasileiros são gente de caga no cantinho... os Egipcios são os autênticos gente de caga na avenida. Isto porque enquanto passeavamos por Luxor deparámo-nos com uma cena... deplorável.
Vemos um gajo vestido com uma espécie de fato de macaco que acabava em saia, agarrado às grades que dão para o Nilo e a modos que a fazer força. Eu não liguei até que a Jill, de cara à banda me diz: "Viste aquilo???"
- Aquilo quê???
- Aquele gajo acaba de cagar na rua... mesmo no meio da rua à vista de toda a gente. :|
- Mas... mas... é meio dia... :S LOLOL inacreditável! :S

E esta, hein???

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Egypt Chronicles (ou um pedido do fundo do coração...)

Olá meninas.
Estão a gostar das crónicas? E que tal comentar?
Vá, hoje vou contar-vos mais uma história e pedir-vos um daqueles favores imensos que devem transmitir a toda a gente.
Ora, como bons turistas que somos decidimos ir ajudar a economia local comprando uns recuerdos. Ou seja, os miticos imans, postais, bandeira, com sorte um cachimbo de água e uns lenços. Os vulgos Pashmina.

Ora, aproveitámos para fazer isto tanto em Luxor como no Cairo e o resultado foi o mesmo. Um fracasso e frustração tremendos.
Avisados que os vendedores por lá são do mais aldrabão que algum dia conheceríamos, nunca confiámos no preço que nos davam. Ora um lenço que segundo o gajo custava 75 libras, após meia hora de conversa já vinha por 15 e eu continuo a acreditar que o real valor do mesmo eram 5.
Eu teria dado o dobro na boa, compreendo que a vida deles seja dura com tanta concorrência mas por favor... estamos a falar duma burla!!!
Quando o gajo chegava aos 15... já eu estava farto de falar com ele e virava costas uma vez que, ao fazer negócio com um burlão ia estar a perpectuar o fenómeno.
Mas os gajos tentavam de tudo mesmo para enganar. Desde fazer o tipico truque do deslumbramento em que mostram tudo e mais alguma coisa e forçam a pessoa a escolher uma peça, até tentarem tirar-nos a peça das mãos para "meter num saco", não sem antes trocarem por pechisbeque.

Houve um, e este deixou-me severamente irritado (como irão ver no próximo post) que disse que os lenços que são anunciados a 5 libras não eram iguais a este que ele por especial favor baixou o preço de 45 para 20 libras. E disse-nos!!! Assegurou-nos que o material desses lenços era sintético e que ele também tinha desses lenços à venda e que nos mostrava para compararmos...
Ele saca dum lenço, dentro dum saco plástico... e diz-nos para comparar o material... mas sem tirar o lenço do saco! Eu ri-me... senti-me profundamente insultado e saí da loja sem comprar nada, com os gajos aos berros e atrás de mim para negociar mais um cadito. Não lhe liguei puto e abandonámo-lo lá.

Por isso peço-vos viajantes deste Mundo, se forem ao Egipto. Não comprem nada a esses FDP. Vamos ensinar-lhes umas lições de boas maneiras! Acredito que quando não houver como meter comida na mesa eles sejam um pouquinho mais honestos! ;)

Beijos para quem conseguiu comprar uma pashmina por um preço justo. Tipo... 5 libras egipcias.

P.S.: Vai haver uma pausa para o Natal... :D Os posts voltam brevemente.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Egypt Chronicles (ou o dia no museu egipcio...)

Eu como aficionado dos museus... principalmente daqueles bons, ao ir ao Egipto estava já em pulgas para ver o Museu Egipcio. É que, aquele é tão somente o melhor museu do Mundo no que toca à civilização Egipcia.
Seguido de perto, ao contrário do que a maior parte do Mundo julga, pelo museu Egipcio de Turim na Itália e não pelo British Museum (que hei-de ver em breve...).
Lá chegado, reparo com hordas de turistas a tentar entrar. Bom, isto já eu esperava...

Depois de passar pelo detector de metais (que apitou como louco e ninguém ligou) e passar o saco da máquina pelo raio-X, lá fui comprar o bilhete. Um pouco caro... quase 8 euro!!!

Tive também de deixar o meu maquinão numa cabana lá ao lado porque não deixam entrar máquinas fotográficas lá dentro (só depois percebi porquê).

Depois de tudo nos trinques... lá vou eu todo pimpão... e depois de passar por mais um detector de metais (que ninguém ligou) entrei no Museu!
Toda aquela expectativa de visitá-lo cedo se transformou numa desilusão já que o museu mais parece, e acreditem que estou a tentar ser o mais justo possivel, um armazém!
Eu lembro-me dos museus de Londres que, apesar de não estarem a abarrotar de objectos têm uma sequência lógica e mostram exactamente o que queremos saber. Aquele não.
Tem algumas peças com indicação do que são, outras sem indicação nenhuma e outras que têm tão somente um número. :|

Eu andava por lá perdido e só mesmo por acaso dei com as jóias do Tutankhamon que, incrivelmente, estavam bem guardadas e apresentadas decentemente para o turista ver.
Ahh, e não nos esqueçamos dos homens da manutenção. O museu é de tal forma grande que necessita de muita manutenção... ou seja, de alguém que limpe o pó que entra da rua (porque também não vi lá ares condicionados, mas muitas janelas abertas).
Então estamos ali a ver uma esfinge em mármore ou uma mesa sacrificial e anda um cromito com um fato de macaco e pano de limpeza a esfregar as pedras.
Digam-me lá o que pensariam vocês! :S

Ahhh, algo giro é que não se paga para ver sarcófagos... mas para ver as múmias paga-se e bem! :S Eu depois de ver uma tipa sair de lá desmaiada, achei melhor nem me chatear.
Não fosse a Jill desmaiar e magoar-se! :S

Ou pior... desmaiar eu e ninguém conseguir pegar em mim. :|