sábado, dezembro 19, 2009

Egypt Chronicles (ou a revolução do uni...)

Aposto que ficaram baralhadas com o título deste post.
Eu explico.
No Egipto assisti, juntamente com a minha companheira de aventura, a algo que é inovador e... enfim, para uma sociedade tão atrasada como aquela, uma realidade.
Estou a falar do fenómeno uni.

Isto é... no primeiro dia que lá cheguei, enquanto procurava onde comer, encontrei um sueco (que me contou uma anedota fenomenal sobre noruegueses) que estava na minha pousada e que me mostrou o sitio da moda lá na zona onde estávamos hospedados.
Ele gabou o sitio duma forma excepcional e eu, cheio de curiosidade, lá fui experimentar. Quando lá cheguei é que percebi o motivo da excitação.
Certamente que todas vocês já estiveram num restaurante, daqueles mesmo bons bons... e nem sabiam o que comer tal era a escolha.
Pois, isso felizmente não acontecia ali. E não acontecia porque apenas havia uma única escolha a fazer no que toca à comida. A escolha não era relativa ao que se ia comer, mas sim à quantidade.
Ou seja, podíamos comer uma quantidade pequena, média ou grande da mesma mistela. A mistela é que era sempre a mesma. Ou seja, uma mistura de massas, lentilhas, arroz, grão-de-bico, molho de tomate e umas cenas castanhas que julgo ser cebola frita. :S
Chamámos aquele sitio "Uniprato".

Chegados ao resort demos com aquela banheira de jactos que também só tinha um jacto... bom, esta era a banheira unijacto.

E finalmente, em Luxor demos um passeio pelo museu da mumificação, que era creio eu, o único museu do mundo unisala. Ou seja, só tinha uma sala! E não era grande! :S
Aqui neste museu, fiquei mais uma vez estupefacto com um dos artigos da exposição.

Então não é que eles tinham lá um pato mumificado???
Por favor, não se exaltem... Eu também acho a arte de mumificar algo de extraordinário. Mas para os Egipcios que viveram no tempo dos faraós!!! Não em 1942 quando o Mundo andava todo às turras com os alemães e japoneses!
Sim, em 1942 houve um cromo que estava em casa sem nada que fazer e em vez de fazer um belo arrozinho de pato, decidiu mumificá-lo! Acham isto normal???
Acham que ele estaria a praticar para depois poder trabalhar à vontade nos mortos da II grande guerra?

Ainda hoje não sei. :S

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Egypt Chronicles (ou uma dissertação sobre o antigo povo egipcío...)


Aposto que ainda estão a pensar quão malvada será a minha vingança para fazer com que um pobre egipcío andasse atrás de mim a pedir perdão... pois, bem me parecia. Ficam a saber que o tempo resolve a maior parte das questões de vingança por nós pelo que eu, como preguiçoso que sou, não teria mexido uma palha (prolongando assim o tormento do homem ;) )

Mas no final da estadia em Sharm... e atenção, eu adorei Sharm, vá... adorei a praia do resort e o facto de não ter feito nada durante 3 dias com uma bela companhia. Tudo bem que a água da piscina era fria... e que a água quente da banheira de imersão era fria... e que os jactos na mesma banheira eram, como tanta coisa naquele país, uni ou seja, só havia um jacto. Tudo bem que havia mais sinais em russo que em inglês e que a comida era toda de buffet e cara para a qualidade que tinha. Mas a realidade é que foram dias divertidissimos e convenhámos que ficar num resort daqueles pelo preço de 2 jantares, uma água e uma coca-cola não é dispiciendo! LOL

Mas ao ir para o aeroporto de Sharm em direcção a Luxor deparámo-nos com algo que ainda hoje me atormenta o espirito.
Eu já vi as pirâmides... já vi os templos de Luxor e Karnak, já vi os túmulos no Vale dos Reis, o museu Egipcío (vai haver um post sobre isto...) e as jóias do Tutankhamon e fiquei, apesar de estar severamente enojado na altura, fascinado com a grandiosidade de tudo aquilo e quão avançada seria a civilização da altura que conseguiu à custa de mãos humanas contruir semelhantes monumentos.
E eis que chegados ao aeroporto de Sharm, deparámo-nos com uma civilização que não consegue sequer fazer um check-in. Check-in é nada mais, nada menos que o acto de verificar os bilhetes das pessoas e metê-los num avião! Nada mais...
O simples acto de colocar um bloco de pedra dos que constituem as pirâmides (pode até ser um da base) envolve mais esforço, tempo, dificuldade, planeamento, tecnologia e inteligência que meter meia dúzia de caramelos num avião.
E mesmo assim, milénios depois da construção das pirâmides, a civilização que as construiu não encontra gente para fazer um chek-in normalmente.

Isto sim é triste!!!

terça-feira, dezembro 15, 2009

Egypt Chronicles (ou o tique mais FDP que já "vi" na minha vida...)

Como vos tinha dito no último post, fomos para a praia... e reparo agora que não apresentei a minha companhia... Como eu não sou de fazer publicidade nem tão pouco lhe perguntei se podia divulgar o nome (e cara) dela, vamos tratá-la por Jill. Eu gosto do nome Jill, é curtinho e muito internacional já que existem imensos países que usam esse nome. :)

Ora passámos um dia excelente a apanhar solzinho na praia, a ouvir o paspalho da massége e eis que ao sairmos (quando a praia estava deserta e o dia... já quase não era dia) um cromito vem ter conosco e pergunta onde estamos.
Eu digo que estamos hospedados no Radisson e o gajo passa-se!! Tipo... passado dos cornos mesmo! Que nós tínhamos passado o dia todo na praia do hotel dele e que não era o Radisson e que tinhamos de pagar para estar naquela praia, etc, etc.

Eu, como gajo viajado e relativamente habituado a lidar com idiotas (convenhámos que a praia não chegou a ter 50% de ocupação o dia todo), lá pedi desculpa pelo sucedido e dissemos que a praia não estava claramente marcada e como tal cometemos este erro que não se voltaria a repetir nos dias seguintes.
O gajo pareceu gostar disto... explicou, ainda que um pouco exaltado, que no dia seguinte iamos pagar 100 euro se lá fôssemos no dia seguinte. Para vos ser sincero... eu até teria ido no dia seguinte com os 100 euro trocadinhos no bolso e garanto-vos que no final do dia o homenzinho ia estar prestes a cometer suícidio tal tinha sido o efeito da minha presença na praia dele (tudo devido às minhas exigências e criticas).
Mas eu estava acompanhado e não quis enervar ainda mais a Jill que, felizarda, não lida com anormais e paspalhos quase diariamente como eu e estava já a ficar enervadita.

Nisto quando já caminhávamos calmamente para o nosso lado... o gajo passa-se ainda mais e solta uma frase duma forma simplesmente grosseira. Perguntam vocês que frase foi...
Cá está.

Where are you from??? (de onde são?)

Eu, pela maneira como a frase foi dita... mudei de atitude! E disse que ele não precisava de saber nada disso e continuei o meu caminho.
O gajo levou aquilo a mal e foi a correr para a nossa beira a tentar sacar a resposta a custo e eis que surge o primeiro momento de tensão das férias...
Ele continua a perguntar a mesma pergunta e a Jill passa-se e atira-lhe a mesma pergunta. :S

Isto foi inacreditável... eu estava ao lado e não sabia se havia de rir ou de aproveitar o espanto na cara do gajo para lhe espetar um gancho de direita que lhe partiria o queixo. A cara dele estava vermelha sem perceber porque lhe tinham perguntado a origem dele... e ele ao atirar a mesma pergunta à Jill, ela atira a resposta anterior e aqulo mais parecia um jogo de ténis em que a bola era a frase "Where are you from?".

Eu por esta altura, tentava disfarçar o riso... LOL Abandonámos a praia enquanto o homenzinho foi tentar pedir o dinheiro aos trabalhadores do Radisson que devem ter metido algum senso na cabeça do paspalho e avisado que muita da máfia russa passa ali as férias e que se ele não quisesse acordar com os tintins num frasquinho ao lado da cama devia era calar-se...
Imagino se ele soubesse quem eu era... :| Bom, ainda bem que não sabia senão ainda o tinha atrás de mim a pedir-me perdão. :S

Fica um beijito para a Jill que aprendeu ali uma bela lição. Nunca dar importância a idiotas. Muitas vezes é isso que eles querem.