quarta-feira, outubro 04, 2006

Leituras, leituras

Ora ora... cá estou eu a sacudir a ressaca de 3 horas de sono com mais umas tretas sem sentido.

Bem, há dias estava eu a "falar" com mais malta e qual não é o meu espanto ficamos a falar sobre leituras...
Descansem tarados leitores, não vou falar de livros grandes e secantes nem de gostos literários, mas do sitio onde cada um já leu.

Aquilo era no metro, na estação do metro, no carro, no autocarro e pela primeira vez ouvi um relato duma mulher que lê na casa de banho.
Senti logo uma espécie de rejubilo e ao mesmo tempo uma sensação de nós é que sabemos. Sim, porque essa modalidade foi inventada pelos homens.
Ainda hoje me lembro de ver o meu pai todo orgulhoso a pegar na TVguia e a dirigir-se para a mitica sala de "despejo" e soltar entre um tipico plop seguido da libertação de um gas aprisionado numa bolsa intestinal, uma sonora gargalhada com a descrição da telenovela para essa semana.

Recordo também a primeira vez que levei algo para me entreter na retrete... Não, não foi uma revista pornográfica! Foi uma banda desenhada da Disney... o problema foi um erro de cálculo da minha parte que me obrigou a ficar por lá cerca de uma hora até acabar o raio da banda desenhada. Devia ter optado por uma mais pequenita... talvez do Tio Patinhas ou do Donald... mas aquela merda, passo a expressão, tinha prai umas 10 histórias com 3 mistérios para o mickey descortinar... Diga-se que era uma coisa grande. E eu quando saí de lá já trazia a marca do assento nas pernas... mas ta-se! Sobrevivi!

Lembra-me de outra modalidade que experimentei, que foi fazer os T.P.C na sanita... diga-se que dá jeito para não quebrar a linha de raciocinio. Um gajo tá ali, sente as bordas a apertar e vai soltar um alienigena castanho enquanto vai resolvendo equações trigonométricas ou desenvolve uma critica a um texto do Fernando Pessoa... Descobri no entanto que há empecilhos nesta táctica. Primeiro, não temos base para pousar o caderno. Eu sei que dá para desenrascar, mas não dá para resolver exercicios, digamos de controlo digital ou algo do género. Depois há a dificuldade logistica da maquina de calcular. Onde metê-la? Não, esse sitio não dá! Tá ocupado a expelir alienigenas!

Daí que tenha abandonado a táctica até que na faculdade a retomei em parte... basicamente ia para lá pensar nos meus problemas de projecto e muitas vezes o resultado foi bom! Tão bom, que o meu companheiro de projecto experimentou e ainda hoje quando tem um problema, lá vai com caderno de notas e caneta para a sala de pensar.
Diga-se que para além de algumas boas ideias, ele teve fenomenais ideias de merda!! Ok, algumas podem ser consideradas de peido!

E imagino todos os tipos de profissionais a exercer a sua profissão na casinha da liberdade...

Imagino um músico a coordenar o som dos gases com o tipico som Tchuubummm da alheira a atingir a superficie da água.
Imagino um contabilista a descontar o IRS os serviços de libertação intestinal a que se está a prestar.
Um fisico a estudar a influência da forma do corpo na queda livre do objecto (o mitico b que o Li Jian Meng tentou explicar sem êxito).
Um biólogo marino a imaginar as utilidades dos seus detritos para a salvação das focas em extinção.

Enfim, uma infinidade de coisas que não me lembro ou que me lembrei mas achei demasiado porcas para cá as meter!! :|

Abraços e beijinhos a todos, e não se preocupem que eu lavei as mãos quando saí da casa de banho!!!