sábado, janeiro 13, 2007

Continuação do Bom humor para todos...

A História do Zé

O Zé adorava feijoada. Porém, sempre que comia, o feijão causava-lhe uma reacção fortemente embaraçosa. Algo muito forte.
Um dia apaixonou-se.
Quando chegou a altura de pedir a mulher em casamento, pensou:
Ela é de boas famílias, cheia de etiqueta, não vai aguentar estar casada comigo se eu continuar a comer feijão. Decidiu fazer um sacrifício supremo e deixou-se de feijoadas.
Pouco depois estavam casados. Passados alguns meses, ao voltar do trabalho o carro avariou. Como estava longe, ligou para a mulher e avisou que ia chegar tarde pois tinha que regressar a pé. No caminho, passou por um pequeno restaurante e foi atingido pelo irresistível aroma de feijoada acabadinha de fazer.

Como faltavam vários kms para chegar, achou que a caminhada o iria livrar dos efeitos nefastos do feijão.
Então entrou, pediu, e ao sair tinha três doses de feijoada no estômago.
O feijão fermentou durante todo o caminho, foi-se peidando sem parar. Foi para casa a jacto. Peidava-se tanto que tinha que travar nas descidas e nas subidas quase que nem fazia esforço para andar. Quando se cruzava com pessoas continha-se ou aproveitava a oportuna passagem de um ruidoso camião para soltar gás. Quando chegou a casa, já se sentia mais seguro.
A mulher parecia contente quando lhe abriu a porta exclamou: "querido, tenho uma surpresa para o jantar!". Tirou-lhe o casaco, pôs-lhe uma venda nos olhos, levou-o até à cadeira na cabeceira da mesa, sentou-o e pediu-lhe que não espreitasse.
Nesse momento, já sentia mais uma ventosidade anal à porta! No momento em que a mulher ia retirar a venda, o telefone tocou. Ela obrigou-o a prometer que não espreitaria e foi atender o telefone. Enquanto ela estava longe, ele aproveitou e levantou uma perna e - ppuueett - soltou um! Era um peido comum.
Para além de sonoro, também fedeu como um ovo podre!
Aliviado, inspirou profundamente, parou um pouco, sentiu o fedor através da venda, e, a plenos pulmões, soprou várias vezes a toda a volta para dispersar o gás. Quando começou a sentir-se melhor, começou outro a fermentar! Este parecia potente.
Levantou a perna, tentou em vão sincronizar uma sonora tossidela para encobrir, e pprrraaaaaaa! Sai um rasgador tossido. Parecia a ignição de um motor de camião e com um cheiro mil vezes pior que o anterior!
Para não sufocar com o cheiro a enxofre, abanou o ar sacudindo os braços e soprando em volta ao mesmo tempo, esperando que o cheiro se dissipasse.
Quando a atmosfera estava a voltar ao normal, eis que vem lá outro.
Levantou a outra perna e deixou sair o torpedo! Este foi o campeão: as janelas tremeram, os pratos saltaram da mesa, a cadeira saltou e num minuto as flores da sala estavam todas murchas.
Quase lhe saltavam os sapatos dos pés.
Enquanto ouvia a conversa da mulher ao telefone no corredor, sempre fiel à sua promessa de não espreitar, continuou assim por mais uns minutos, a peidar-se e a tossir, levantando ora uma perna ora a outra, a soprar á volta, a sacudir as mãos e a abanar o guardanapo.
Uma sequência interminável de bufas, torpedos, rasgadores e peidos comuns, nas versões secas e com molho. De onde a onde acendia o isqueiro e desenhava com a chama círculos no ar para tentar incinerar o nefasto metano que teimava em acumular-se na atmosfera.
Ouviu a mulher a despedir-se e sempre com a venda posta, levantou-se apressadamente, e com uma mão deu umas palmadas na almofada da cadeira para soltar o gás acumulado, enquanto abanava a outra mão para espalhar.
Quando sacudia e batia palmadinhas nas calças largas para se libertar dos últimos resíduos, ouviu o plim do telefone a desligar, indicando o fim da solidão e liberdade de expressão. Alarmado, sentou-se rapidamente, e num frenesim abanou apressadamente mais algumas vezes o guardanapo, dobrou-o, pousou-o na mesa, compôs-se, alinhou o cabelo, respirou profundamente, pousou as mãos ao lado do prato e assumiu um ar sorridente.
Era a imagem da inocência quando a mulher entrou na sala. Desculpando-se pela demora, ela perguntou-lhe se tinha olhado para a mesa. Depois de ele jurar que não, ela retirou-lhe a venda, e, SURPRESA!
Estavam 12 pessoas perplexas e lívidas sentadas à mesa! Os pais, os sogros, o patrão e os colegas de tantos anos de trabalho.
Era a festa surpresa de aniversário do Zé!

3 comentários:

Anónimo disse...

ahaahhaha adorei a história, o suspense.... e confesso que a dada altura, mas quase no finzinho previ o final. Genial, tens uma forma poética de escrever li a tua introduçao no Boockrossing e fiquei curiosae vim espreitar o blog.nesta história em particular, adorei o suspense e a comicidade. Continua... tens jeito para a coisa. Porque não experimentares uma carreira de escritor em vez de andares nas entrevistas e testes psicotécnicos? :D Força.

Bubulindo disse...

Infelizmente para mim, não fui eu que escrevi esta história... :(

Mas obrigado por teres confundido o estilo. Apesar de não saber quem és :S LOLOL

Quanto a ser escritor... é dificil, não tenho imaginação para romances, ficção ou policiais. Apenas tenho algum jeito para comédia... Acho :S
Mas quando me vem a inspiração, estou tão ensonado que me esqueço. :(

Anónimo disse...

xiiiiiiiiiii agora virei admiradora anónima? ehehe ok vou-te mandar uma pm para não haver confusões. Mas está bem, reconheço que gosto de cuscar os blogs e gostei deste, entre outros... tem sentido de humor. por isso volto a repetir. Continua!!!